Terapia de Reposição de Testosterona (TRT)
- fabio6296
- 10 de abr.
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A terapia de reposição de testosterona (TRT) é indicada para homens que apresentam quadro de hipogonadismo, ou seja, níveis baixos de testosterona confirmados por avaliação clínica e laboratorial, e não desejam mais ter filhos. O hipogonadismo pode impactar significativamente a qualidade de vida, afetando a saúde sexual, óssea e muscular, além de aspectos psicológicos. A TRT tem como objetivo restaurar os níveis de testosterona dentro dos parâmetros fisiológicos, aliviando sintomas e reduzindo complicações associadas à condição. Esse tratamento exige uma abordagem criteriosa, com ampla discussão sobre seus prós e contras, pois é contínuo e não possui data para término.
Principais Sinais e Sintomas do Hipogonadismo
Diminuição da libido e alterações na função sexual (dificuldade de ereção ou redução da qualidade das ereções);
Fadiga crônica, cansaço excessivo e redução da resistência física;
Perda de massa muscular e aumento da gordura corporal;
Mudanças de humor (irritabilidade, depressão ou ansiedade) e redução do bem-estar;
Diminuição da densidade mineral óssea, predispondo à osteopenia e osteoporose;
Queda de pelos corporais e redução da barba.
Em alguns casos, os sintomas podem ser sutis e atribuídos a outras causas, como estresse ou envelhecimento. Por isso, é fundamental uma avaliação médica criteriosa diante da suspeita de hipogonadismo.

Avaliação e Diagnóstico
A investigação diagnóstica do hipogonadismo inclui:
Dosagens hormonais: Determinação dos níveis séricos de testosterona total (e, em certos casos, livre ou biodisponível), realizada preferencialmente pela manhã. Caso os exames estejam alterados, é importante confirmá-los com uma segunda dosagem;
Avaliação clínica detalhada: A sintomatologia do paciente deve ser analisada, bem como o exame físico da região escrotal. Nem todos os pacientes com níveis reduzidos de testosterona necessitam de tratamento medicamentoso, sendo os sintomas determinantes para essa decisão;
Exames complementares: Perfil lipídico, glicêmico e densitometria óssea podem ser indicados, a depender dos fatores de risco individuais;
Investigação etiológica: Avaliação da função hipofisária (FSH, LH, prolactina) e, se necessário, exames de imagem para identificar causas secundárias do hipogonadismo.
Com essas informações, o médico pode confirmar o diagnóstico e definir a melhor estratégia de tratamento.

Mudança do Estilo de Vida
Todos os homens se beneficiam de mudanças no estilo de vida para controle dos sintomas e até mesmo para a elevação natural da testosterona. Perda de peso, prática regular de atividade física, alimentação saudável e equilibrada, além da cessação do tabagismo e do consumo excessivo de álcool, trazem inúmeros benefícios à saúde e contribuem para a melhora da qualidade de vida. Muitos homens com testosterona em níveis limítrofes conseguem normalizar seus exames e aliviar os sintomas apenas com essas medidas, sem necessidade de medicação.
Formulações de Testosterona Comuns no Brasil
A reposição de testosterona deve ser individualizada, considerando o perfil de cada paciente, com monitoramento rigoroso dos níveis hormonais e eventuais efeitos adversos. O tratamento com testosterona não é indicado para pacientes com desejo reprodutivo.
As principais formas disponíveis no Brasil incluem:
Formas Injetáveis de Curta Duração
Injeções intramusculares de ação curta ou intermediária (como enantato ou cipionato de testosterona), geralmente aplicadas a cada 2 a 4 semanas.
Formas Injetáveis de Longa Duração
Injeções intramusculares de undecanoato de testosterona, administradas em intervalos maiores, de 8 a 12 semanas.
Formas Transdérmicas
Gel de testosterona aplicado diariamente na pele, possibilitando a liberação contínua do hormônio. Essa via evita oscilações abruptas, mas exige atenção ao uso correto (como aplicação em áreas recomendadas, tempo de secagem e risco de transferência para outras pessoas).
A escolha da modalidade de reposição deve considerar fatores como estilo de vida, preferência do paciente e resposta individual ao tratamento.

Segurança e Acompanhamento
A TRT deve ser acompanhada por um especialista para garantir segurança e eficácia. Os cuidados incluem:
Avaliação prostática, com dosagens de PSA e exame de toque retal, especialmente em homens acima de 40-45 anos ou com fatores de risco;
Monitoramento laboratorial, evitando que os níveis de testosterona ultrapassem os valores fisiológicos;
Observação de possíveis reações adversas e realização de exames complementares, como hemograma, dosagem de estrógeno e perfil metabólico. O aumento excessivo do hematócrito, retenção de líquidos, ginecomastia ou alterações de humor devem ser identificados para possíveis ajustes.
Vale ressaltar que, embora a reposição de testosterona não cause câncer de próstata, é essencial que homens com histórico familiar ou suspeita clínica sejam adequadamente avaliados antes e durante o tratamento.
Conclusão
A Terapia de Reposição de Testosterona (TRT) é um recurso eficaz e seguro para homens com hipogonadismo devidamente diagnosticado, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, da saúde óssea, da função sexual e do equilíbrio metabólico. Seu uso deve ser baseado em evidências científicas e sempre monitorado por um especialista.
Se você apresenta sinais e sintomas sugestivos de hipogonadismo, agende uma consulta com nossos especialistas em andrologia para uma avaliação individualizada.
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